Material lúdico educativo para motivar a prática de Higienização das mãos (lavagem das mãos LM)

Apresentação

A educação em Microbiologia com caráter preventivo tem em si uma questão desafiadora uma vez que os seres estudados são microscópicos e a aprendizagem destes conteúdos implica não só na aquisição do conhecimento (domínio cognitivo), mas sobretudo na mudança de comportamentos (hábitos de higiene), intrínseca ao domínio afetivo.

Além disso, o material lúdico pode ser instrumento para a difusão e problematização do conhecimento (por parte do professor) e apropriação e sistematização (por parte do aluno). Os alunos tendem a se adequar e atribuir significado à realidade propiciando não somente a internalização de conceitos, mas a aprendizagem de valores e normas capazes de gerar modificações em atitudes e procedimentos.

Sobre a prática de higienização das mãos

A utilização simples de água e sabão pode reduzir a população microbiana presente nas mãos e, na maioria das vezes, interromper a cadeia de transmissão agentes capazes de nos fazer doentes. Tal evidência científica torna a prática de lavagem das mãos (LM) uma importante medida de controle de infecções aceita de forma majoritária na ciência, como o meio mais simples e eficaz para isto.

Nas atividade diárias, as mãos humanas estão em constante e intenso contato com o ambiente e com as pessoas. Isso leva à necessidade de higienização mais frequente desta região do corpo.

Em nossa pele, coexistem muitos microrganismos (bactérias, fungos e vírus) que podem viver de maneira residente (nesse caso, em uma camada mais profunda da pele, e geralmente não causam infecções) ou transitória (permanecem em região mais superficial, transitam mais facilmente com o ambiente e há um maior risco de contaminação). Os últimos também são mais facilmente removidos por ação mecânica e portanto são os alvos quando se trata dessa prática de higiene.

Ambiente escolar e a Perspectiva educativa

A Atividade proposta, a ser realizada em escolas ou espaços informais está focada na possibilidade de aumentar a frequência da lavagem das mãos possibilitando a redução dos microrganismos alojados na superfície da pele. A consequência imediata desta redução é a diminuição de transmissão de microrganismos patogênicos no ambiente coletivo da instituição e o caráter educativo para além da vida escolar dos indivíduos.

Com relação ao primeiro viés, o ambiente coletivo de instituições escolares proporciona grande circulação e transmissão de agentes patogênicos, por apresentarem características epidemiológicas especiais (abrigar população com perfil característico e apresentar risco específico para a transmissão de agentes infecciosos: crianças aglomeradas recebendo cuidados coletivos).

O segundo viés, representa uma mudança temporalmente maior e mais abrangente no comportamento do indivíduo, o que poderia gerar consequências importantes para a saúde pessoal e coletiva da população.
Além disso, crianças e jovens como potenciais semeadores de informação poderiam influenciar o comportamento de pessoas de seu convívio, como familiares (Cultura e Extensão).

Lavar as mãos

Essa prática é algo difícil de ser alterado na população. Um estudo feito pela Sociedade Americana de Microbiologia, realizado entre 1996 e 2000 (nos EEUU), mostrou que, mesmo após grande campanha de conscientização sobre a importância desse hábito, não houve aumento na frequência de LM. Também nesse estudo, mostrou-se que quanto maior a escolaridade, menor era a frequência de LM. Ficou evidente que a falta desse hábito se estende por toda a população, independente de idade, classe social ou escolaridade. Dessa forma, estratégias educativas que reforçam e ilustram a importância desse hábito para a manutenção da saúde individual e coletiva podem ser aplicadas em qualquer âmbito da sociedade.

A atividade aqui descrita não deve estar restrita a ambientes de educação formal, podendo ser aplicada em eventos, praças, instituições de nível superior, para treinamento profissional, etc…

Atividades propostas

Objetivos:

1. Evidenciar a existência e transmissão de microrganismos pelo contato das mãos com outros seres ou objetos existentes no ambiente.
2. Trazer para a consciência dos indivíduos a importância da lavagem das mãos de maneira adequada.
3. Trazer para os indivíduos a reflexão sobre a relação entre “sujeira” visível a olho nu e a “contaminação” por microrganismos, no caso representados pelas partículas do pó Glo Germ.

Kit com materiais

• Frasco contendo o pó “GLO GERM”, cujas partículas tem tamanho similar ao de uma bactéria (1micrômetro = milésima parte do milímetro), ou seja, não visível a olho nu. Estas partículas tem a propriedade de apresentarem fluorescência (tornam-se brilhantes) sob a ação da luz negra(3).

Figura 1: frasco com “Glow Germ”

• Uma câmara escura com aberturas inferiores para colocação das mãos e superiores para a visualização das mesmas. Na parte superior interna a câmara é provida de luz negra.

Figura 2: Câmara escura e lanterna com luz negra. Mão contaminada com o “Glo Germ” dentro da camara escura.

• Faixa com “slogan” anunciando a atividade na escola ou no evento.
• Folheto de divulgação não só da atividade como também da maneira correta de lavar as mãos.
• Poster pequeno com a imagem das mãos e atividades desenvolvida a ser fixado no banheiro da escola.
• Objetos: bichos-de-pelúcia branca, bola de pano branco e Toalhas de mão brancas.

Métodos

Dinâmica básica:

As diferentes dinâmicas a serem apresentadas iniciam com a contaminação das mãos com o pó Glow-Germ. Todas elas simulam a contaminação do participante com microrganismos simulando práticas e ações comuns do cotidiano.

Exemplos:

1. Enxugar as mãos com uma toalha “contaminada” com o GlowGerm.
2. A seguir colocar a mão no rosto ou cumprimentar outra pessoa logo depois de ser contaminada.
3. Pegar um sanduiche com a mão recém contaminada.
4. Tocar em outros objetos.

Número de participantes: cerca de 5 pessoas por grupo, ou, dependendo da quantidade total de pessoas e do tempo disponível este número poderá ser alterado.
Localização: A equipe do Projeto munida dos materiais se acomoda em um local de grande visibilidade (por exemplo o pátio da escola) e de preferência próximo a banheiros ou lavatórios.

Práticas

Todas as práticas sugeridas implicam na posterior checagem da contaminação, ou não, colocando a mão dentro da câmara contendo a luz negra.

1. Reflexão sobre a transmissão de microrganismos pelo contato com outros seres ou objeto existentes no ambiente.

1. Contaminamos nossa própria mão com o pó e cumprimentamos um dos alunos com um aperto de mão. Em seguida, pedimos para que este cumprimente outro colega e após, que o último faça o mesmo com outra pessoa. Checar a contaminação ou não conforme instrução acima.
2. Os participantes brincam com os objetos previamente contaminados com o GlowGerm. No caso da bola de pano, pode ser proposto uma espécie de vôlei de roda ou bola quente. No caso da toalha pode ser proposto que usem a toalha para enxugar as mãos. Checar a contaminação ou não conforme instrução acima.

2. A importância da lavagem das mãos de maneira adequada.
Segundo essa abordagem o que se evidencia é a existência ou redução da quantidade de microrganismos após lavagem das mãos. As dinâmicas são semelhantes às do item 1, porém, a contaminação com o pó neste caso deve ser maior (maior quantidade de pó deve ser adicionada ao objeto a ser contaminado para melhor visibilidade da situação antes e após a LM).
Nessa situação o mais indicado é que os participantes tenham contato “direto” com o material contaminado. Após o contato pede-se ao participante que examine suas mãos sob a luz roxa e em seguida lave as mãos, o que pode ser feito de diferentes formas:

1. Deixar o participante lavar da forma como costuma fazer, sem nenhuma orientação e voltar à câmara para a verificação dos efeitos da lavagem sobre os microrganismos contaminantes.
2. Propor dois momentos de lavagem: o primeiro, sem orientação sobre a forma de lavar e o segundo, com indicação da forma adequada (mostrada no pôster a ser fixado no banheiro da escola).

Observação: sempre que possível, sugerimos utilizar a abordagem 2, por exigir participação mais ativa do estudante e levando o mesmo a refletir sobre a importância da higienização adequada das mãos. A abordagem 1 deverá ser utilizada apenas em ambientes em que não há a possibilidade de ocorrer a LM.

3. Brincando de detetive. a)Com utilização da câmara e de uma lanterna de luz negra, os próprios participantes pesquisam, como detetives, quem iniciou a contaminação do grupo.

Materiais para imprimir

• Folheto de divulgação não só da atividade como também da maneira correta de lavar as mãos.
• Poster pequeno com a imagem das mãos e atividades desenvolvida a ser fixado no banheiro da escola.
• Poster da atividade.

Referência Bibliografica

1. ANVISA.
2. DE MACEDO, L. Aprender com jogos e situações – problema. Ed. Artmed, 2000.
3. SANTOS, A.A.M. Higienização das mãos no controle das infecções em serviços de saúde. ANVISA.
4. REZENDE, L.C.A.B.; RODRIGUES, E.G.; SALGADO, T.A.; REZENDE, F.R.; SPAGNOLI, J.L.U.; TIPPLE, A.F.V. Projeto Mãos Limpas: desenvolvimento de ações educativas de incentivo à higienização das mãos. Universidade Federal de Goiás.

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