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Projeto Parent in Science é vencedor do prêmio “Mulheres Inspiradoras na Ciência”, da Nature

Pesquisadora Isabella Bordon representa o ICB na iniciativa que visa apoiar as conquistas das mulheres na ciência e mudar a visão da maternidade na academia.


05/11/2021

Em cerimônia virtual no dia 28 de outubro, a editora britânica Nature anunciou o movimento brasileiro Parent in Science como a iniciativa vencedora do prêmio “Mulheres Inspiradoras na Ciência”, na categoria Science Outreach, pelo trabalho desenvolvido na sistematização de dados e na luta pela implantação de políticas de apoio às mães na academia.

 

O prêmio, que pela primeira vez é concedido a um grupo brasileiro, é uma parceria da editora Nature com a empresa Estée Lauder. O objetivo é celebrar e apoiar as conquistas das mulheres na ciência e de todos aqueles que trabalham para encorajar meninas e mulheres jovens a se envolverem e permanecerem nesta área. Com a premiação, o movimento ganhou US$ 40 mil, além do convite para apresentações e mentorias na Estée Lauder.

 

O Movimento Parent in Science surgiu em 2016 com a missão de mudar a forma como a parentalidade, e mais especificamente a maternidade, é percebida na área acadêmica, lutando por um ambiente científico mais igualitário, diverso e justo. A iniciativa reúne 72 embaixadoras de diversas universidades brasileiras, incluindo a pós-doutoranda Isabella Bordon, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

 

Segundo Fernanda Staniscuaski, coordenadora do Parent in Science, “em todo o mundo, as mulheres enfrentam barreiras na ciência e na academia, muitas vezes sendo forçadas a escolher entre sua carreira e a maternidade, em um sistema construído em torno dos homens”. Para a pesquisadora, receber o prêmio abre uma janela de possibilidades para o movimento. “Essa conquista mostra que nossa luta é genuína e urgente. O impacto deste prêmio nos permite continuar perseguindo nossos objetivos”, comemora.

 

Sobre o movimento – O Parent in Science já realizou pesquisas que demonstraram os impactos da maternidade na carreira das cientistas no Brasil, além de incentivar o desenvolvimento de políticas de apoio às mães cientistas, levando em consideração a intersecção com raça e todos os demais aspectos que impactam a maternidade.

 

Dentre as ações do Parent in Science, estão o pedido de inclusão do campo de licença-maternidade na plataforma do Currículo Lattes. A campanha #maternidadenoLattes ganhou força nas redes sociais e na grande mídia juntamente com uma carta assinada por diferentes sociedades científicas brasileiras em junho de 2018. Em abril de 2021, após quase três anos de negociações, o CNPq incluiu oficialmente a aba “Licenças” nos currículos Lattes, onde pode ser acrescentada a informação da licença-maternidade.

 

Nos últimos anos, o movimento também tem compilado iniciativas de apoio à maternidade nas instituições de pesquisa e ensino superior, e incentivado que estas ações sejam amplamente adotadas. O cenário acadêmico brasileiro é meio de muita discriminação de gênero e raça, o que foi ainda mais agravado durante a pandemia.