Seu trabalho foi essencial não só no campo científico, mas também para o desenvolvimento de um serviço de atenção e promoção à saúde na cidade de Monte Negro.

O professor Luís Marcelo Aranha Camargo, que atua pelo Departamento de Parasitologia no ICB-5, na cidade de Monte Negro (RO), foi premiado pela Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (FAPERO), na última sexta-feira (23/9). Ele foi agraciado com o primeiro lugar na categoria “Pesquisador Destaque” do Prêmio FAPERO CT&I-RO “Prof. Dr. Wilson Veneziano”, que tem o objetivo de reconhecer o trabalho de profissionais para o desenvolvimento da ciência.

Camargo atua há 31 anos em Rondônia. Ele foi um dos dois médicos (ao lado de Marcelo Urbano Ferreira) contratados para ajudar nas pesquisas iniciais sobre a malária no estado. Depois de finalizado o trabalho, se fixou em Monte Negro, onde auxiliou à prefeitura a montar um “modelo amazônico” de atenção e promoção da saúde. Eram tempos difíceis, em um ambiente hostil, distante e com comunicação precária, onde a ciência tinha pouco valor”, relembra ele. “O prêmio não é só meu, é também o reconhecimento do trabalho do ICB na região”, acrescenta.

Além de participar ativamente da implantação e da evolução do ICB-5, Camargo dedicou seus estudos a outras doenças críticas na região, como leishmaniose, hanseníase e micoses. Ao lado de Luiz Hildebrando Pereira da Silva (falecido em 2014) e Erney Camargo, professor emérito da USP, também teve um papel importante para a criação da FAPERO. “No primeiro mandato do governo de Confúcio Moura, nos reunimos com ele para discutirmos a criação de uma fundação de amparo à pesquisa no estado, e seu apoio foi fundamental para que o projeto saísse do papel”, conta.

Reconhecimento no senado – No início de setembro, Confúcio Moura, que hoje é senador pelo estado, fez uma homenagem ao ICB-5 no plenário do Senado, em Brasília, destacando a importância da unidade para a ciência e a saúde da população. “O ICB-5 atende gratuitamente a população do Vale do Jamari, de outros municípios de Rondônia e até de estados vizinhos, na região Norte. Em apenas quatro anos (2013-2017 conforme as estatísticas conhecidas no final do meu segundo mandato de governador), 38 mil pacientes haviam sido atendidos, e realizados mais de 63 mil exames laboratoriais. Além disso, houve 12 expedições pelos rios Madeira e Purus, para assistência em saúde da população ribeirinha, mais de 2,35 mil pessoas”, relatou.

“Atualmente, o instituto atende 150 pacientes/semana pelo SUS nas áreas de oftalmologia básica (com apoio da Unifesp), geriatria, hipertensão e diabetes, doenças infectocontagiosas, saúde da mulher e saúde da criança. Duas vezes ao ano, recebe os colegas da Faculdade de Odontologia da USP para prestar assistência odontológica e fonoaudiológica gratuita e médica à população. Em média, de 300 a 400 estagiários/ano das áreas de medicina, enfermagem, biomedicina e biologia vêm para Rondônia.”

Veja aqui a íntegra da homenagem.