Pesquisa resultou em uma metodologia que, ao apontar o prognóstico da doença, fornece parâmetros seguros para os médicos decidirem ou não pela hospitalização do paciente.
26/11/2021
No último dia 18 de novembro, o professor Giuseppe Palmisano e seu aluno de doutorado Lucas Cardoso Lázari, ambos do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), foram agraciados com o VII Prêmio de Inovação do Grupo Fleury. A iniciativa tem o objetivo de reconhecer e divulgar projetos inovadores oriundos da pesquisa nacional, com foco na área da saúde. Nesta edição, foram três categorias: Ações Sociais, Tecnologias e Insumos.
A dupla foi segunda colocada na categoria Tecnologias com o trabalho intitulado “Prognóstico da COVID-19 por espectrometria de massas e machine learning utilizando o perfil proteico de amostras de plasma obtidos de pacientes internados e não internados”. Publicada na revista Life Science Alliance, a pesquisa feita no decorrer de 2020 visa à produção de testes que possibilitam antever, com um simples exame de sangue, se o paciente infectado terá complicações graves da doença e precisará ser hospitalizado.
A metodologia, por meio de espectrômetria de massa, visa à detecção de um grupo de proteínas no plasma do paciente. Quando em níveis elevados, essas proteínas indicam a forma grave da doença. Esse conjunto de moléculas foi identificado por meio de seis algoritmos de aprendizagem de máquina treinados com 117 amostras de pacientes graves e de baixo risco.
“É o maior reconhecimento que podemos ter, pois o prêmio nos aproxima da sociedade”, comemora Palmisano, coordenador do estudo. “Além disso, essa premiação consolida parcerias e deverá atrair novos parceiros para a implementação dos testes na clínica”, acrescenta ele, lembrando que hoje esse teste é usado somente para pesquisa científica.
Pelo trabalho, a dupla ganhou uma placa de homenagem e R$ 5 mil em prêmio. Para a avaliação e a seleção dos vencedores, os inscritos submeteram dois vídeos de apresentação da pesquisa, além de suas informações pessoais. Uma comissão formada por representantes de diversas empresas julgou e selecionou os cinco finalistas. Desses, os três melhores foram convidados para o evento on-line da cerimônia de premiação.
“É um prêmio muito concorrido, tem gente do país inteiro. Soubemos que estávamos entre os três primeiros uma hora e meia antes da cerimônia. Foi uma satisfação enorme porque é um reconhecimento de toda nossa trajetória para chegar até aqui”, complementa o docente.
Primeiro autor do trabalho, Lucas Cardoso Lázari, iniciou os estudos durante a pandemia. “A premiação é uma injeção de ânimo e confiança para ele se tornar um grande pesquisador no futuro”, destaca o professor.
