Movimento busca ampliar a discussão sobre maternidade e paternidade na comunidade acadêmica e hoje conta com 73 cientistas embaixadores em centros de pesquisa de todo o Brasil.
13/11/2020
A pós-doutoranda Isabella Cristina Bordon, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), foi selecionada como embaixadora do movimento Parent in Science. Criado em 2016 pela pesquisadora Fernanda Staniscuaski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o grupo é formado por cientistas que buscam fomentar o debate sobre a maternidade e paternidade no universo da ciência no Brasil. Bordon é supervisionada pelo professor José Roberto Machado Cunha da Silva no Laboratório de Histofisiologia Evolutiva e membro da Comissão de Direitos Humanos do ICB, sob coordenação da professora Marilia Seelaender. E é mãe de Joaquim, de 4 anos.
Hoje, o Parent in Science conta com 18 cientistas coordenadores e 73 cientistas embaixadores de instituições de pesquisa de todo o Brasil. Nos últimos anos, o grupo promoveu palestras em diversas cidades brasileiras, colocando a maternidade no centro da discussão. As cientistas foram pioneiras no levantamento de dados para avaliar os impactos da chegada dos filhos na vida acadêmica de mulheres e homens. Uma das principais conquistas do movimento foi incentivar diferentes editais de financiamento a considerar os períodos de licença-maternidade na análise de currículos.
Em abril de 2019, as integrantes do projeto conseguiram que fosse incluído na plataforma Lattes um campo específico para indicar a data de nascimento e de adoção de filhos, após um pedido oficial ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Isso contribui para que as mulheres não sejam prejudicadas nas seleções: os avaliadores conseguem ver que em determinado período a pesquisadora apresentou uma produtividade menor devido à licença-maternidade.
Em julho deste ano, o Parent in Science também publicou uma pesquisa sobre os impactos da COVID-19 na vida de cientistas no Brasil, intitulada “Produtividade acadêmica durante a pandemia: efeitos de gênero, raça e parentalidade”. Em relação aos docentes que estão conseguindo trabalhar remotamente, por exemplo, 4,1% são mulheres com filhos, 14,9% homens com filhos, 18,4% mulheres sem filhos e 25,6% homens sem filhos.
Para mais informações sobre o movimento, acesse o site.