Recém-anunciados, centros contam com docentes do Departamento de Microbiologia do ICB
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) anunciou em março deste ano o financiamento de cinco novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), dentre os quais dois contam com pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Os centros têm como objetivo reunir pesquisadores de diferentes universidades paulistas para o desenvolvimento de pesquisa multidisciplinar de alto nível, promovendo ensino, divulgação científica e inovação tecnológica.
O novo Centro de Pesquisa em Biologia de Bactérias e Bacteriófagos (CEPID B3), coordenado pelos professoras Shaker Chuck Farah e Aline Maria da Silva, do Instituto de Química da USP (IQ-USP), conta com sete integrantes do Departamento de Microbiologia do ICB-USP na equipe. Participam os professores Marilis Marques, Rodrigo Galhardo, Beny Spira, Marcio Bertacine Dias, Rita Café, Cristiane Guzzo e Robson de Souza, que ao longo dos anos vêm estreitando os laços com os pesquisadores do Departamento de Bioquímica do IQ-USP e dos outros centros.
A missão do CEPID B3 é desenvolver pesquisa de ponta na área de microbiologia molecular, para compreender os mecanismos envolvidos na reprodução, comportamento, competição, interação com o hospedeiro, com o ambiente e com bacteriófagos. As metodologias propostas incluem análises globais em larga escala com ferramentas avançadas de bioinformática, biologia estrutural experimental e computacional, biologia sintética, plataformas de triagem de potenciais moléculas de interesse, entre outras.
O conhecimento coletivo obtido do estudo de diferentes modelos bacterianos visa o desenvolvimento de estratégias para interferir em seus processos fisiológicos, buscando alvos para futuras abordagens de controle. O CEPID B³ também tem como objetivo o desenvolvimento de novas tecnologias que podem ser de interesse do setor farmacêutico, envolvendo novos antimicrobianos e estratégias de controle de patógenos na saúde humana e na agricultura. Além disso, o Centro irá também desenvolver dois projetos de extensão: um envolvendo o uso de microbiologia experimental para o ensino de conceitos de matemática (Micromath) e o outro envolvendo o estudo de bactérias patogênicas (Adote uma Bactéria). Esses projetos de ensino serão desenvolvidos em turmas do ensino médio junto a escolas.
Outro centro de pesquisa recém anunciado é o “The Antimicrobial Resistance Institute of São Paulo (The Aries Project)”, coordenado pelo professor Arnaldo Colombo, da da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP). O coletivo se dedica a estudar questões relacionadas à resistência antimicrobiana, que compromete a eficácia da prevenção e do tratamento de um número crescente de infecções por vírus, bactérias, fungos e parasitas.
O grupo tem como participante o professor Wellington Araújo, e como um dos pesquisadores principais o professor Nilton Lincopan, ambos do Departamento de Microbiologia. Lincopan coordenará os trabalhos do grupo voltados para a vigilância e investigação das resistências antimicrobianas em fazendas de gado e laticínios comerciais, no meio ambiente e em animais de companhia e de vida livre, além da pesquisa de bacteriocinas e probióticos. Já Araújo trabalhará como pesquisador colaborador, desenvolvendo projetos na área de análise de comunidades microbianas e identificação de genes de resistência a antibióticos associados a áreas agrícolas.
Por Felipe Parlato, com informações da Profa. Marilis do Valle Marques | ICB-USP