Análise foi publicada no Journal Plos Biology e conduzida pela Universidade de Stanford, dos Estados Unidos.

20/11/2020

Os pesquisadores Bernardo Boris Jorge Vargaftig, Erney Plessmann de Camargo, Gilberto De Nucci, Jeffrey Jon Shaw, Letícia Veras Costa-Lotufo, Luciana Biagini Lopes, Marcelo Urbano Ferreira, Newton Sabino Canteras e Rui Curi, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), estão entre os 600 brasileiros na lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Da USP, são 164 pesquisadores. Intitulado “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”, o estudo foi feito por uma equipe da Universidade de Stanford (EUA) e publicado no Journal Plos Biology em outubro deste ano.

O levantamento foi realizado a partir das citações da base de dados Scopus, uma das maiores bases de resumos e citações de publicações científicas revisadas por pares do mundo. Os cientistas são classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos, e foram avaliados de acordo com o impacto de citação ao longo da carreira até o final de 2019 (tabela S6) e o impacto durante o ano de 2019 (tabela S7).

A pesquisa é uma atualização de dados divulgados no ano passado, referentes aos anos de 2017 e 2018. A lista contemplou 65 cientistas da USP em 2017 e 77 em 2018 – do ICB, foram seis cientistas. Diferente das anteriores, a análise publicada este ano também inclui pesquisadores que não estão entre os 100 mil mais citados, mas estão entre os 2% melhores em suas áreas de atuação.

Sobre os pesquisadores

Bernardo Boris Jorge Vargaftig: Professor titular do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP até 2007, quando se aposentou. Foi professor no Instituto Pasteur (Paris) e membro do Conselho de Direção do Instituto de 1997 a 2000, responsável pelo desenvolvimento de descobertas internas. Na pesquisa, tem experiência em alergia, inflamação e seus mediadores, trombose e peçonhas. Descreveu as propriedades do EFD (Extended-Freeze Dried, um derivado do BCG) como novo mecanismo antialérgico e anti-inflamatório. Atualmente, investiga com o professor Wothan Tavares de Lima (ICB-USP) os mecanismos lesionais pulmonares da isquemia e reperfusão intestinal.

Erney Plessmann de Camargo: É professor sênior do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e atuou no Departamento de Parasitologia de 1985 até a sua aposentadoria em 2005. Grande nome na área, especialmente na epidemiologia da malária, foi um dos responsáveis pela criação do Centro Avançado de Ensino, Pesquisa e Extensão (ICB V) na cidade de Monte Negro, Rondônia, em 1997. Foi vice-diretor do ICB-USP, Pró-reitor de Pesquisa da USP, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e membro do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Gilberto De Nucci: É professor titular do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e de outras instituições: Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Universidade Brasil e Universidade Metropolitana de Santos. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e doutor em Farmacologia pelo Royal College of Surgeons of England. Sua linha de pesquisa inclui Farmacologia clínica, Biodisponibilidade, Farmacocinética e Farmacologia Cardiovascular e Molecular.

Jeffrey Jon Shaw: Parasitologista britânico, atua no Brasil desde 1965 e na Universidade de São Paulo desde 1994. É professor sênior do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. O foco de suas pesquisas são as doenças tropicais negligenciadas, principalmente Leishmaniose e Doença de Chagas. Formou dois pós-doutores, sete doutores e sete mestres, publicou 240 artigos de pesquisa (Fator H 36), um livro e 32 capítulos de livros. É consultor do Instituto Evandro Chagas e gerente geral da International Leishmania Network.

Leticia Veras Costa Lotufo: Professora titular e atual chefe do Departamento de Farmacologia do ICB-USP. Sua pesquisa envolve a busca por novos fármacos anticâncer a partir da biodiversidade brasileira, em especial do ambiente marinho, visando o desenvolvimento sustentável de novos fármacos. Possui colaboração com grupos internacionais da Universidade da California em San Diego (EUA), Universidade do Arizona (EUA), Universidade de Aveiro (Portugal), Consiglio Nazionale dele Ricerche (CNR-Itália) e Universidade de Cape Town (África do Sul).

Luciana Biagini Lopes: Professora associada do Departamento de Farmacologia do ICB-USP. Sua pesquisa é voltada para o desenvolvimento e avaliação de nanofármacos e sistemas de liberação nanoestruturados para modificar o perfil de distribuição dos medicamentos, direcionando-os a locais específicos. O objetivo é aumentar a eficácia dos fármacos e diminuir seus efeitos adversos. Realizou pós-doutorado na Arizona State University (2006-2007), Estados Unidos, e foi docente e pesquisadora no Albany College of Pharmacy and Health Sciences de 2008 a 2013.

Marcelo Urbano Ferreira: Médico e professor titular do Departamento de Parasitologia do ICB-USP, exerceu a chefia do departamento (2012-2016) e coordenou o Programa de Pós-Graduação em Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro da USP (2010-2012). Combinando pesquisa laboratorial e de campo, estuda a epidemiologia molecular da malária, mecanismos de imunidade adquirida contra a malária humana na Amazônia brasileira e a diversidade genética de Plasmodium vivax. Pesquisador visitante no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, Portugal.

Newton Sabino Canteras: Professor titular do Departamento de Anatomia do ICB-USP, possui graduação em Medicina e doutorado em Fisiologia Humana. Trabalha na área de Neuroanatomia Funcional, estudando as bases neurais dos comportamentos motivados, com ênfase nos comportamentos de agressão e defesa. Publicou mais de 100 artigos e 12 capítulos de livros.

Rui Curi: Professor titular, hoje aposentado, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB-USP. Foi diretor do Instituto entre 2009 e 2013 e assessor da Pró-Reitora de Graduação da USP. Orientou 23 dissertações de mestrado e 49 teses de doutorado, e supervisionou 15 pós-doutores. Na pesquisa, atua na área de metabolismo intermediário, função de leucócitos, metabolismo de glutamina e ácidos graxos, dietas e exercício físico.