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Museu de Anatomia Humana do ICB-USP reabre as portas para visitas em grupo

A primeira foi de alunos de uma escola pública da capital, que puderam observar o acervo extenso sobre o corpo humano, com peças exclusivas.


Na última quinta-feira, 14 de abril, o Museu de Anatomia Humana Alfonso Bovero (MAH), localizado no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), na capital paulista, a reabriu suas portas ao público, após mais de dois anos fechado devido à pandemia. A reabertura ocorreu com uma visita de alunos do terceiro ano de ensino médio da Escola Estadual Professor Jamil Pedro Sawaya, situada na Vila Matilde, na Zona Leste de São Paulo.

 

O evento foi promovido pelo Giro Cultural, projeto desenvolvido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP. Uma iniciativa que oferece ao público passeios guiados gratuitos dentro e fora do campus universitário, a fim de divulgar o patrimônio científico, cultural e arquitetônico da Universidade.

 

Na visita, os pré-vestibulandos foram acompanhados por monitores do programa e do Museu. Eles tiveram contato com um acervo extenso de peças sobre o corpo humano, que vai desde órgãos, ossos e tecidos a peças mais exclusivas como um coração afetado pela Doença de Chagas ou uma série de fetos com anomalias raras. O acervo foi montado ao longo das primeiras décadas do século XX pelo professor Alfonso Bovero, um dos fundadores da Faculdade de Medicina da USP. 

 

“O Museu de Anatomia Humana faz parte do nosso roteiro científico, que também contempla os museus de Anatomia Veterinária, Geociências e Oceanografia. No projeto, atendemos grupos de até 40 pessoas, na maioria das vezes composto por alunos de ensino médio, e o MAH é um dos mais procurados pelas escolas”, destaca Camilla Almeida, monitora do programa. 

 

Ferramenta de inclusão – O Giro Cultural, assim como o Museu de Anatomia Humana, tem a proposta de levar o conhecimento universitário para uma população que vive em locais onde o acesso à informação é limitado. “Projetos como esse são muito importantes, porque nossos adolescentes da periferia acabam tendo uma visão muito pequena do todo. Por mais que em sala de aula nós indiquemos a possibilidade de cursar uma faculdade, para eles parece tudo muito distante. Assim, quando têm a oportunidade de acessar espaços como o MAH, essa distância diminui. Dá uma certeza de que eles têm mais chances do que, em tese, lhes é ofertado”, afirmou professora Adriana Sampaio, que acompanhou o grupo.

 

Parte do trabalho do Giro Cultural está justamente em mostrar aos alunos as diferentes formas de ingresso na Universidade. “A gente sempre busca apontar quais são as políticas de permanência e de inclusão da Universidade, como as cotas raciais e as cotas para estudantes de escola pública, porque muitos jovens não têm acesso a essas informações”, acrescenta Camilla Almeida. 

 

Para Lívia Figueiredo, monitora do Museu, a reação dos visitantes demonstra a importância do MAH. “A resposta que os estudantes de ensino médio têm do Museu é muito diferente da forma como os alunos de graduação reagem às peças. Os adolescentes têm muita curiosidade, é tudo muito novo e empolgante, eles chegam com vontade de aprender”, pontua. Exemplo disso é a estudante Nayara Silva. “Eu, que quero seguir carreira na área da saúde, gostei bastante porque vi coisas que nem sabia que existiam ou que eram possíveis, como o rosto de uma mulher perfeitamente conservado em formol. É incrível”, afirmou. 

 

Como participar – As visitas guiadas pelo Giro Cultural são gratuitas e podem ser feitas por alunos, professores, funcionários da USP e todo o público em geral. As informações sobre o agendamento podem ser conferidas no site do projeto. Dúvidas podem ser sanadas por telefone (11 3091-1190) ou e-mail (girocultural@usp.br).

 

No momento, o museu ainda não está aberto para visitas individuais. Mas as de grupo podem ser agendadas por telefone (11 3091-7360) e ocorrem de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 15h. O valor do ingresso é de R$ 2,00 por visitante, para instituições públicas, e R$ 5,00 por visitante, para instituições particulares. Outras informações podem ser obtidas por e-mail (mah@icb.usp.br).

 

Por Gabriel Martino | Agência Acadêmica de Comunicação
Pedro Ferreira | ICB-USP