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ICB-USP inaugura laboratório NB3 para estudo de parasitoses

O laboratório NB-3, que ficou cinco anos em construção, permite que os pesquisadores trabalhem simultaneamente com patógenos, vetores e hospedeiros vertebrados e desenvolvam experimentos de alta complexidade. A instalação será inaugurada durante o Simpósio Estratégico sobre Biodefesa, no dia 12 de setembro de 2019.


09/09/2019

 


No dia 12 de setembro (quinta-feira), das 14h às 17h, o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) irá promover um Simpósio Estratégico sobre Biodefesa, em parceria com o Exército brasileiro, para oficializar a inauguração do Laboratório de Biossegurança NB3 do Departamento de Parasitologia. A abertura do evento será realizada pelo diretor do instituto, Professor Luís Carlos de Souza Ferreira, e pelo General Sinclair James Mayer, chefe do escritório do Sistema Defesa-Indústria-Academia (SISDIA) e membro do Conselho Estratégico Consultivo do ICB-USP.

 

O simpósio contará com uma série de palestras de pesquisadores do ICB-USP e membros do Exército, com os seguintes temas: Laboratórios de alto nível de biossegurança na USP: vantagens e necessidades (Professor Carsten Wrenger); O papel do Instituto de Biologia do Exército Brasileiro na Biossegurança (Major Marcos Dornellas Ribeiro); Biossegurança aplicada à pesquisa acadêmica (Professor Edison Luiz Durigon); Terrorismo alimentar (Capitã Jacqueline Roberta Soares Salgado); e Sensores de superfície SAWs (Dr. Gustavo Riello).

 

Sobre o laboratório – Trata-se de um ambiente laboratorial destinado à manipulação de microrganismos com nível de biossegurança 3, que possuem alto grau de patogenicidade, oferecendo risco à vida humana e ao meio ambiente. O laboratório é composto por quatro ambientes: Unidade de Artrópodes (vetores); Unidade de Experimentação em Vertebrados (hospedeiros); Unidade de Imagens, que conta com um microscópio de tecnologia de 4D da Zeiss; e a Unidade de Cultura de Células e Tecidos, onde serão realizados os experimentos científicos e de diagnóstico envolvendo amostras humanas. Segundo o pesquisador Carsten Wrenger, do ICB-USP, o grande diferencial do laboratório é a possibilidade de trabalhar simultaneamente com o vetor, o agente infeccioso e o hospedeiro mamífero de uma determinada doença infecciosa. Tudo isso em uma única plataforma, conferindo condições de máxima segurança para desenvolvimento dos projetos.

 

A instalação possui câmaras pressurizadas para garantir a contenção dos patógenos, além de câmeras de segurança, cujas imagens podem ser vistas em uma televisão por quem está dentro do laboratório e também por quem está fora, no corredor. O novo laboratório também possui um sistema de descontaminação de efluentes que é essencial para a preservação e a segurança do meio ambiente. Conta ainda com um moderno sistema de radiação UV para descontaminação do ambiente interno, que só pode ser ativado quando o local estiver vazio.

 

Inicialmente, a instalação será destinada ao estudo da malária, pelo grupo de pesquisa do Professor Carsten Wrenger, responsável pelo planejamento e a coordenação da construção do laboratório; e ao estudo da bactéria intracelular obrigatória Rickettsia rickettsii, que é transmitida ao homem pela picada de carrapatos e causa uma doença altamente letal, a febre maculosa brasileira, pesquisa esta que será coordenada pelo grupo da Professora Andréa Cristina Fogaça. Além de carrapatos, o laboratório está preparado para desenvolver pesquisas envolvendo outros vetores, incluindo aqueles que são alados, tais como mosquitos, os quais, por sua vez, são responsáveis pela transmissão de agentes etiológicos de importantes doenças infecciosas como Dengue, Zika, Chikungunya, além da Malária.

 

Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação