Responsável por isolar e cultivar o coronavírus em laboratório, docente recebeu uma das mais altas honrarias da USP como um dos pesquisadores de destaque no combate à pandemia.
07/10/2021
Foto: Cecilia Bastos – USP Imagens
Na última terça-feira (5/10), em cerimônia transmitida virtualmente, onze professores da USP receberam a medalha Armando de Salles Oliveira, a mais alta honraria da Universidade. Entre os homenageados, estava o professor Edison Durigon, coordenador do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), por sua contribuição no enfrentamento da pandemia. A concessão foi aprovada pelo Conselho Universitário.
A condecoração foi criada em 2008 para homenagear pessoas, entidades e organizações que contribuem para a valorização institucional, cultural, social e acadêmica da USP e leva o nome do governador do Estado de São Paulo que assinou o decreto de criação da Instituição em 1934. Durigon e os demais condecorados, como destacou o Reitor Vahan Agopyan, agora se juntam a um seleto grupo que inclui mais 19 personalidades.
O alto número de homenagens foi uma forma que a USP encontrou para dar uma resposta ao negacionismo e à desvalorização do conhecimento científico que a sociedade enfrenta. E se deu em função dos resultados que estes pesquisadores obtiveram em meio aos mais de 600 mil óbitos de Covid-19 no Brasil. “Nós somos o segundo país com maior número de perdas humanas durante a pandemia, mas graças à contribuição dos homenageados e suas equipes, a dor foi minimizada”, afirmou o Reitor.
Nos discursos que fizeram parte da cerimônia, Edison Durigon foi referenciado como um dos principais virologistas do Brasil e lembrado por seu pioneirismo ao coordenar a equipe que isolou e cultivou o SARS-CoV-2, distribuindo amostras inativadas para laboratórios de todo o País. Sua atuação permitiu a aceleração de diagnósticos e pesquisas sobre a doença.
“Durigon também foi pioneiro na realização dos exames de anticorpos neutralizantes em pacientes recuperados para a utilização de plasma no tratamento da Covid-19, em colaboração com o Hospital das Clínicas, e com os hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein”, apontou o representante dos homenageados e também condecorado, Prof. Dr. Benedito Carlos Maciel, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Maciel ainda lembrou da experiência prévia de Durigon como linha de frente no combate às epidemias do Zika Vírus e do H1N1, atuando no desenvolvimento de testes para o diagnóstico de ambas as doenças.
“Cada um dos senhores é um pilar de sustentação da nossa Universidade. Os senhores, com o papel de liderança que exercem, são responsáveis pelo êxito que seus grupos de trabalho estão tendo. Parabéns e muito obrigado. Tenho certeza de que com a contribuição de vocês, vamos superar a situação que estamos vivendo”, encerrou o Reitor.
Os demais homenageados foram Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, Ester Cerdeira Sabino, Esper Georges Kallás e Paulo Hilário Nascimento Saldiva, da Faculdade de Medicina (FM); Raúl González Lima e Marcelo Knörich Zuffo, da Escola Politécnica (Poli); e Benedito Antônio Lopes da Fonseca, Benedito Carlos Maciel, Dimas Tadeu Covas e Fernando de Queiroz Cunha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli, também recebeu a condecoração por seu vínculo com a USP, como egresso da Faculdade de Direito, e sua atuação como presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para designação da Universidade como entidade prioritária de referência ao Poder Judiciário.
Por Gabriel Martino | ICB-USP