Realizado todo mês de julho, o Curso de Inverno de Microbiologia e Biologia Molecular recebe alunos de todo o país interessados em realizar pós-graduação na área. Participantes da última edição destacam a diversidade de visões e a riqueza de conteúdo do curso.
22/07/2019
Aulas teóricas, atividades práticas em laboratórios de pesquisa e palestras sobre Micologia, Bacteriologia e Virologia integram o Curso de Inverno de Microbiologia e Biologia Molecular, organizado e ministrado por alunos de Mestrado e Doutorado do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e apoiado pela Comissão de Cultura e Extensão (CCEX). Realizado todo ano durante as férias acadêmicas, o evento teve sua 6ª edição entre os dias 15 e 19 de julho, com 50 alunos inscritos – 40 selecionados e 10 ouvintes.
Com um critério de seleção abrangente, o curso busca incluir alunos de graduação de cada estado brasileiro e alunos estrangeiros, especialmente aqueles que têm interesse em realizar pós-graduação nas áreas da Microbiologia, atreladas à Biologia Molecular. Para a pós-graduanda Andrelissa Castanha, uma das organizadoras do curso, a pesquisa científica não deve ser concentrada apenas em São Paulo.
“Pessoas de outras regiões também têm direito ao acesso à estrutura que temos aqui. O curso abre portas para que os estudantes conheçam um universo completamente diferente. Uma das alunas comentou que, para fazer determinado experimento, tinha que enviar o material para outro estado pois lá não tinha o equipamento necessário”, afirma a estudante.
Um dos grandes destaques do curso é a possibilidade de se envolver em atividades práticas em laboratórios, realizando experimentos e contando com a orientação dos docentes e dos pós-graduandos. Ao final do curso, os grupos apresentaram os trabalhos desenvolvidos.
Realidades que se cruzam – “Eu tive a oportunidade de ‘colocar a mão na massa’ e conhecer novas práticas, que antes só tinha aprendido na teoria. Com o curso, ganhei uma visão maior sobre as áreas que posso seguir em minha pós-graduação”, comenta Gustavo Rocha, estudante de biotecnologia da Universidade Federal de Uberlândia (MG), cujo grupo trabalhou no Laboratório de Pesquisa Aplicada de Micobactérias da professora Ana Marcia Guimarães.
Joseana Comodaro estuda biotecnologia na Universidade Federal do Amazonas (AM) e conta que o que mais chamou a sua atenção foi a diversidade de participantes e ter visto os próprios mestrandos e doutorandos ministrando as aulas. Seu grupo desenvolveu o trabalho no Laboratório de Resistoma & Alternativas Terapêuticas, do professor Nilton Lincopan, que trabalha com bactérias multirresistentes a antibióticos.
A estudante de biomedicina Sabrina Barbosa, da Faculdade Estácio do Macapá (AP), conta que se impressionou com a acessibilidade e disposição dos professores em auxiliar os estudantes e com a multiplicidade de conteúdo. “É muito interessante a dinâmica da USP. Lá no Norte, não temos a mesma realidade. Tudo que aprendi essa semana me fez ver que a ciência nos leva para outro mundo – e que é possível transformar o mundo através da ciência”.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação