Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP conseguiram calcular quantos linfócitos T são específicos para combater o tumor. O estudo abre caminho para entender por que pacientes têm respostas diferentes aos tratamentos.
14/10/2019
Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Um estudo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) conseguiu verificar quantos linfócitos T – células do sistema imunológico – são capazes de reconhecer e combater o câncer de mama, a partir da adaptação de uma técnica desenvolvida pela pesquisadora italiana Federica Sallusto, a biblioteca de linfócitos T. Com a descoberta, é possível avaliar individualmente a resposta imunológica de cada paciente e buscar novas alternativas para melhorá-la. A pesquisa é fruto do doutorado de Mariana Pereira Pinho, orientada pelo professor José Alexandre Barbuto, do Laboratório de Imunologia de Tumores.
Um dos focos do laboratório é a imunoterapia, que consiste em utilizar métodos para potencializar a própria resposta imunológica do indivíduo a determinada doença. “A imunoterapia funciona bem para vários tipos de tumor, mas apenas cerca de 30% dos pacientes se beneficiam. Com a técnica, nós conseguimos saber se o paciente apresenta uma resposta imunológica natural ao tumor e o quanto ele responde. Isso nos ajuda a entender melhor as imunoterapias e saber o quanto elas são efetivas para cada paciente”, explica a pesquisadora.
Segundo Mariana Pinho, a biblioteca de linfócitos T adaptada também pode ser aplicada em outros tipos de câncer. Na técnica original, são realizados testes in vitro nos quais é possível observar quantos linfócitos T proliferam ao entrar em contato com células apresentadoras de antígenos, identificando quais deles são específicos para combater tais antígenos. Mas a técnica não funcionava bem para tumores, então precisou ser adaptada pela pesquisadora.
“Em nosso ensaio, utilizamos a célula dendrítica, pois é considerada a célula apresentadora de antígeno mais potente entre as conhecidas. Para detectar a proliferação das células, utilizamos um corante que nos permite visualizar um único linfócito T se dividindo, mesmo que ele se divida poucas vezes – que é o caso de sua resposta frente às células tumorais”.
Outras aplicações – A nova técnica será uma grande aliada às outras pesquisas do laboratório coordenado pelo professor José Alexandre Barbuto, como as vacinas terapêuticas para glioblastoma, um dos tumores mais agressivos do sistema nervoso central. A vacina, que já está sendo testada em pacientes, utiliza células dendríticas para melhorar a resposta do sistema imunológico ao câncer. Essas células são responsáveis por apresentar agentes estranhos no organismo, para serem combatidos pelas células de defesa. O tratamento faz com que as células do paciente reconheçam o tumor como um problema, aumentando o número de linfócitos T específicos para combatê-lo.
Por: Aline Tavares
Acadêmica Agência de Comunicação
O estudo foi feito por pesquisadores da USP e abre caminho para a busca de tratamentos para a doença.
08/10/2019
Um estudo recentemente publicado na revista PLOS Pathogens foi capaz de identificar a assinatura gênica da infecção causada pelo vírus Chikungunya, que é transmitida ao homem por picadas do mosquito Aedes Aegypti. Isso significa que os cientistas encontraram o conjunto de genes cuja expressão é alterada pela interação com o vírus, ajudando a desvendar o mecanismo da doença. O estudo foi coordenado por Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), e teve colaboração do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e do Instituto Butantan, entre outros parceiros.
Pesquisadores do ICB-USP, coordenados pelo professor Paolo Zanotto, têm estudado o Chikungunya desde 2014, quando o vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil – esse trabalho foi a terceira publicação do grupo sobre o tema. Os cientistas analisaram e compararam amostras de pacientes infectados pelo Chikungunya com amostras de pacientes saudáveis, de pacientes que tiveram dengue e de pacientes com artrite reumatoide.
Segundo o pesquisador Marielton dos Passos Cunha, do ICB-USP, o objetivo do estudo era encontrar um marcador característico da infecção, que a diferenciasse das outras condições semelhantes. “Foram utilizadas ferramentas moleculares e computacionais, como técnicas de análise de redes complexas e aprendizado de máquina”, explica. A comparação com dengue foi necessária porque as duas doenças são muito semelhantes: ambas provocam febre alta, dor no corpo e manchas na pele. No entanto, o sintoma causado pelo vírus Chikungunya que o diferencia de outros arbovírus, é a dor nas articulações (artralgia) – daí a importância de analisar amostras de pacientes com artrite reumatoide.
Com a assinatura gênica da doença, os pesquisadores mapearam o papel que esse conjunto de genes desempenha nas células e a sua importância no combate ao vírus. “O trabalho abre caminho para o desenvolvimento de fármacos para o Chikungunya, pois faz uma descrição da doença a nível molecular – ou seja, identifica o que é único daquela condição. A partir disso, é possível fazer uma busca mais aprofundada por tratamentos”, diz Cunha.
Nos próximos passos da pesquisa, os especialistas buscam entender como o vírus se espalhou e melhorar o seu diagnóstico sorológico, para que não se confunda com outras arboviroses, como os vírus Dengue e Zika. Esses trabalhos serão desenvolvidos no ICB e também na Plataforma Científica Pasteur-USP, inaugurada em julho deste ano. A plataforma é focada no estudo de patógenos para a prevenção de epidemias.
Histórico – A Chikungunya é uma doença que não possui vacina e o tratamento é feito apenas para amenizar os sintomas, que podem persistir por até 15 dias e, em casos raros, provocar a morte. Entre janeiro e agosto de 2019, foram registrados 110.627 casos prováveis da doença no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas.
Em 2014, o vírus foi identificado em dois locais distintos do país: no município de Oiapoque (Amapá) e em Feira de Santana (Bahia). O pesquisador Marielton dos Passos Cunha esclarece que o vírus é o mesmo, mas com dois genótipos diferentes co-circulando. Um deles veio de Angola, na África, e o outro da América Central. “Ele pode circular facilmente em qualquer cidade do país, porque todas as pessoas são suscetíveis e quase todas as cidades apresentam a circulação do seu principal vetor, o Aedes aegypti”.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
O intercâmbio é fruto de um convênio firmado entre o Instituto de Ciências Biomédicas da USP e a Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia. Novas vagas devem ser abertas no final deste ano.
01/10/2019
O Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) firmou um acordo com a Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia (UVA), dos Estados Unidos, em março deste ano, voltado para o intercâmbio de alunos da pós-graduação. Desde então, um grupo de estudantes do ICB-USP têm desenvolvido suas pesquisas nos laboratórios da instituição norte-americana.
No Brasil, o convênio está sendo coordenado pelo professor Thiago dos Santos Moreira, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB-USP. A primeira turma de intercambistas está nos Estados Unidos desde julho, e os resultados dessa parceria já começaram a aparecer. Segundo Moreira, o parecer do coordenador do convênio pela Universidade de Virginia, Zygmunt Derewenda, é de que os doutorandos brasileiros são alunos acima da média.
Um deles é Nayara Santos. Ela está trabalhando na área de Biologia Estrutural no Departamento de Fisiologia Molecular e Física Biológica, e sua pesquisa é sobre as proteínas humanas envolvidas no processo de restrição do vírus HIV. Para ela, o intercâmbio está sendo enriquecedor em todos os sentidos. “Tenho aprendido novas técnicas e métodos de trabalho, e já pude adquirir novos conhecimentos em termos de estudo de proteínas”.
Assim como Nayara, Flávio Mesquita também está realizando sua pesquisa na Universidade de Virgínia. “Meus orientadores possuem um grande nome na área e muito conhecimento, então cada reunião ou discussão científica acaba se tornando um enorme aprendizado. A universidade nos proporciona uma incrível infraestrutura, o que facilita muito nosso trabalho”.
Flávio participa de uma pesquisa na área de Microbiologia e tenta entender quais são os possíveis genes das células hospedeiras que facilitam com que o RNA mensageiro do vírus HIV seja exportado do núcleo para o citoplasma da célula nas suas diversas formas, resultando na expressão de várias proteínas do vírus pelo rearranjo do seu material genético. Ao entender como o HIV infecta uma célula, os estudos de Flávio irão agregar mais informações para ajudar na compreensão da doença e, potencialmente, novas formas de tratamento. “A ciência é feita de pequenas informações que, juntas uma das outras, ajudam a entender um processo fisiológico ou curar uma doença”, lembra Flávio.
A troca de conhecimento é, segundo o professor Moreira, o principal objetivo do convênio. “A expectativa é que eles possam implementar no ICB-USP tudo o que aprenderam lá, além de motivar outros alunos a participarem do intercâmbio. A UVA é uma universidade de peso, e o aprendizado que eles vão ter, de trabalharem em laboratórios renomados, só ajudará a fomentar as pesquisas no Brasil”. Outros dois alunos estão participando do intercâmbio na Universidade de Virgínia.
O próximo processo seletivo deve ocorrer no final do ano, quando uma nova turma passará por entrevistas em português e inglês com ambos os coordenadores do programa e, em seguida, entrevistas por Skype com o supervisor do laboratório que desejam trabalhar durante o intercâmbio.
Rhaisa Trombini | ICB-USP
O modelo experimental foi apresentado pela pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira durante o V Workshop em Bioterismo do ICB-USP.
01/10/2019
Há mais de 20 anos, a pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira, diretora do Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada (LETA) do Instituto Butantan e coordenadora de Educação e Difusão do Conhecimento do Centro de Toxinas, Resposta-Imune e Sinalização Celular (CeTICS-FAPESP), vive “mergulhada na água”. A imunologista estuda peixes peçonhentos, mas em 2015 decidiu ir mais longe: com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), começou a utilizar o peixe Zebrafish como modelo animal em suas pesquisas científicas. O projeto foi apresentado durante o V Workshop em Bioterismo do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que ocorreu entre os dias 17 e 20 de setembro de 2019.
Também conhecido como Paulistinha, o “Zebra” é natural de países asiáticos e começou a ser usado como modelo experimental na pesquisa científica em 1981 pelo biólogo George Streisinger. No Butantan, foi a professora Mônica Lopes-Ferreira que desenvolveu o biotério de Zebrafish e hoje é um grande nome no assunto. Um modelo experimental serve para testar novos fármacos e toxicidade de compostos químicos, possibilitando observar seus efeitos antes de submeter o ser humano ao seu uso. Neste tipo de abordagem, geralmente são usados ratos e camundongos, mas atualmente o Zebrafish tem se mostrado um aliado muito útil nas pesquisas.
Aproximadamente 2 mil revisões foram feitas utilizando esse modelo experimental e vários pesquisadores já estão utilizando o peixe em seus estudos. Quando comparado geneticamente, Zebrafish se assemelha em 70% com o ser humano – já na área das doenças, chega a ter uma semelhança de 84%. Outras vantagens do uso do Zebrafish na pesquisa acadêmica são: fácil manipulação; crescimento rápido – leva de 48 a 72 horas para chegar no estágio larval, possibilitando o estudo em todas as fases da vida –; podem ser criados em pequenos espaços e têm uma alta taxa reprodutiva, atingindo de 100 a 200 embriões por dia.
Segundo a pesquisadora, saber cuidar do Zebrafish é a chave para o sucesso de uma pesquisa. Ele está acostumado a viver em grupo e no escuro, então o pesquisador deve optar por colocá-los em aquários azuis, por exemplo. Além disso, é importante oferecer uma alimentação variada. O biotério deve possuir um único funcionário encarregado de cuidar dos peixes, para que ele possa reconhecer padrões de comportamento e estabelecer uma rotina.
Difusão de conhecimento – Dentro do biotério no Instituto Butantan, o “Zebra” é usado em várias áreas de pesquisa, como câncer, infecção, imunologia, genética, coração e toxicidade, sendo essa a principal área que a pesquisadora pretende desenvolver no uso do peixe. Buscando ampliar o conhecimento desse modelo experimental, Mônica Lopes-Ferreira também criou a Plataforma Zebrafish, que conta com um portal de conteúdo exclusivo sobre o peixe e vários programas de divulgação científica desenvolvidos pela pesquisadora e mantido pelo CeTICS.
Um deles é o “Paulistinha chega à escola”, projeto que tem três anos e leva para escolas do Estado de São Paulo o conhecimento sobre o Zebrafish e também sobre a profissão de cientista. “Os alunos passam a entender que cientista é um ser normal – ou deveria ser –, de carne e osso, mulher ou homem, branco ou negro. Eles começam a pensar que podem ser cientistas”, destaca Ferreira.
V Workshop em Bioterismo – A apresentação sobre o Zebrafish fez parte do V Workshop em Bioterismo, promovido pelo Biotério do Departamento de Parasitologia do ICB-USP. Com palestras e aulas práticas, o evento contou com a participação de professores e pesquisadores de várias instituições, como Unifesp, Fiocruz e Instituto Butantan. No total, foram 102 inscritos.
Os assuntos abordados nas palestras foram desde como garantir o bem-estar do animal de laboratório até legislação, controle sanitário, gestão de biotério e tipos de instalação. Além disso, algumas empresas parceiras do biotério também tiveram espaço para exibirem seus equipamentos e produtos.
Segundo Danielle Cristina Gomes Chagas, coordenadora do evento, um dos focos deste workshop é debater a ética envolvida no uso de animais em pesquisa e a importância de promover o bem-estar desses animais. “Estamos em um estágio em que as pessoas acreditam que a ciência de animais de laboratório é feita apenas de maus tratos, o que não é verdade. Enquanto eles estão aqui, fazendo por nós o que precisa ser feito, nós os respeitamos e tratamos da melhor forma possível”.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Rhaisa Trombini | ICB-USP
Estresse na adolescência, memória e aprendizagem, e produção de minicérebros foram alguns dos assuntos abordados durante o Simpósio de Neurociência, realizado no ICB-USP.
26/09/2019
No dia 17 de setembro (terça-feira), o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) recebeu especialistas de diversas instituições para integrar o Simpósio de Neurociência, promovido pela Comissão de Cultura e Extensão (CCEX) do Instituto, sob coordenação da professora Alda Maria Backx Noronha Madeira e do professor Marcus Vinícius Baldo. Foram discutidos desde os efeitos da música no cérebro e as consequências do estresse social na adolescência até a fabricação de minicérebros para o estudo de doenças em laboratórios. O evento foi voltado especialmente para alunos e professores do ensino médio da rede pública.
Segundo a professora Alda Madeira, presidente da CCEX, uma das missões da comissão é promover uma maior interação entre a universidade e a comunidade. “Quando compartilhamos conhecimento, todos os lados crescem. Nós temos cursos de capacitação para professores, visita monitorada para os alunos e também a Feira de Profissões da USP, na qual o ICB tem se destacado”, afirma.
Para introduzir o tema da primeira palestra, a pianista Débora Oliveira se apresentou aos convidados. Em seguida, a professora Patrícia Vanzella, líder do grupo de pesquisa Neurociência e Música da Universidade Federal do ABC (UFABC), falou sobre as mudanças que a música provoca no cérebro. Com técnicas de neuroimagem, é possível observar os neurônios envolvidos no processamento musical. A pesquisadora mostrou imagens que revelam até mesmo diferenças anatômicas e funcionais nos cérebros de indivíduos músicos e não músicos. “Os estudos da área visam investigar possíveis efeitos socioemocionais, cognitivos e terapêuticos derivados do uso da música”, explica.
Estresse na adolescência – Com as novas tecnologias de ressonância magnética, também foi possível identificar que o cérebro passa por muitas mudanças durante a adolescência. Nesse período, ocorre um processo chamado poda neuronal, que consiste na perda de sinapses (conexões neuronais) pouco utilizadas, o que influencia no controle emocional. A professora Silvana Chiavegatto, do ICB-USP, falou sobre o assunto e citou um de seus estudos relacionados ao bullying.
Em testes com camundongos, a pesquisadora analisou o estresse por subjugação social repetida. Uma parte do grupo subjugado por camundongos agressivos tem dificuldade de se relacionar e perda de prazer, um dos sintomas da depressão (observado quando os animais não se interessaram por beber água com açúcar). Por outro lado, outra parte do grupo se mostrou resiliente e continuou consumindo a água.
Memória e aprendizagem – A memória é a habilidade de adquirir, reter e usar informações, enquanto a aprendizagem é um processo que reflete uma alteração duradoura no comportamento, explica a pesquisadora Tatiana Ferreira, professora do Programa de Pós-Graduação de Neurociência e Cognição da UFABC. Esses processos podem ser prejudicados por uma série de fatores, como a privação de sono e o uso de drogas de abuso. Em uma de suas pesquisas, realizada em camundongos, Ferreira analisou as áreas do cérebro ativadas durante a compulsão por drogas e verificou que essas mesmas áreas também estão relacionadas à compulsão por açúcar.
Jovem cientista – O segundo período do simpósio iniciou com um depoimento de Arthur Borges Cantanzaro, estudante do 2º ano do ensino médio e apaixonado pelo cérebro. “Sempre falo que eu não tive tempo de escolher a neurociência, foi a neurociência que me escolheu. Nunca pensei em fazer outra coisa”.
Aos 14 anos, o jovem iniciou sua pré-iniciação científica com a professora Laiali Chaar, da Universidade Anhanguera, estudando reabilitação motora. A vontade de aprender era tanta que ele começou a ir em seminários, eventos e cursos, tanto da especialidade quanto de ciência em geral.
Com o conteúdo aprendido, Arthur criou o blog BrainCiência para que pudesse compartilhar as descobertas científicas com uma linguagem mais acessível aos estudantes. Mais do que isso, quando falou de educação, o jovem fez um apelo a todos os professores presentes para que eles fomentem a mente científica nos alunos, para que um dia eles possam ser tornar cientistas ou que pelo menos compreendam e apoiem a ciência, principalmente no momento atual com os cortes de verba de pesquisas.
Com a emoção de um jovem conhecendo o mundo da pesquisa científica, Arthur completou dizendo que ciência não se faz sozinha. “Eu nunca fui em um laboratório que tivesse uma pessoa só. Os neurônios também são assim: todo mundo junto. A ciência não pode e não deve ser feita sozinha.”
Minicérebros – A palestra seguinte foi com Karina Griesi Oliveira, pesquisadora do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, falou sobre os estudos que levaram à descoberta do minicérebro (aglomerado de células). Por meio dele, os cientistas conseguiram transformar uma célula diferenciada, como a célula epitelial ou do fígado, em uma célula embrionária que pode se transformar em qualquer outra com o DNA do paciente estudado. Assim, a célula de uma pessoa com autismo pode ser analisada desde o começo de sua “existência’, melhorando a análise científica.
Já a pesquisadora Laiali Chaar, da Universidade Anhanguera, falou sobre sentimentos e emoções. Além de explicar por que fechamos os olhos quando beijamos, também explicou por que comer açúcar aumenta tristeza e pode levar à depressão. Segundo uma pesquisa publicada na Neuroscience, o consumo de açúcar pode diminuir os níveis da proteína BDNF, que cria novos neurônios no nosso cérebro. Acredita-se que isso possa estar relacionado com o desenvolvimento de depressão e ansiedade.
Todos nós somos racionais, mas todas as nossas decisões são emocionais: até quando achamos que estamos tomando decisões de forma racional, o cérebro – mais precisamente a região da amígdala, que controla as nossas emoções e armazena as nossas memórias – leva em consideração nossas experiências e reações prévias.
Construção do mundo – Não vemos o que existe e vemos o que não existe. Com uma série de exemplos para ilustrar essa ideia, o professor Marcos Vinícius Baldo, do ICB-USP, surpreendeu a plateia com as “ilusões” pregadas por nossos olhos e cérebros. Ilusão essa que é apenas uma percepção que temos em uma determinada situação, mas que pode mudar completamente se observada de outro ângulo. A atenção que damos às coisas, segundo ele, é um mecanismo de aprendizado muito importante ao longo da vida e é a percepção que temos que molda a nossa construção do mundo.
Neuroética – Para finalizar o Simpósio de Neurociência, a pesquisadora Mariza Russo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) deu uma palestra importante acerca da neuroética. “O que faremos com todo esse conhecimento?”, questionou ela. Refletir sobre como as descobertas da neurociência impactam a sociedade é crucial nos dias de hoje para evitar eventos como a bomba atômica – que só foram mensurar o impacto daquela descoberta depois que o desastre já tinha acontecido.
Outro exemplo utilizado pela professora foi sobre a Conferência de Asilomar, instaurada para analisar os potenciais riscos biológicos e regulação da biotecnologia após a descoberta do DNA Recombinante. Foi durante essa conferência que nasceu o conceito de biossegurança.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Rhaisa Trombini | ICB-USP
Especialistas do Instituto de Ciências Biomédicas da USP realizaram testes in vitro com modelos de células humanas e observaram que o fármaco foi capaz de reduzir o crescimento do tumor, ao inibir proteínas específicas responsáveis por sua proliferação.
26/09/2019
A reversina é uma molécula, ainda sem utilidade clínica, que tem sido estudada por vários grupos de pesquisa para tratar diferentes tipos de câncer. Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) testaram a molécula em modelos in vitro de um tipo específico de leucemia, a neoplasia mieloproliferativa, que acomete indivíduos entre 50 e 70 anos. O grupo descobriu que o tratamento com a reversina é capaz de frear o crescimento da célula tumoral e levá-la à morte.
O estudo foi conduzido pelo grupo de pesquisa do professor João Agostinho Machado-Neto, em colaboração com a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, e foi recentemente publicado na revista Scientific Reports. Inicialmente, segundo ele, o grupo buscou identificar marcadores que contribuíssem para a progressão da doença e, ao analisar 84 alvos, dois chamaram a atenção: as proteínas Aurora-quinase A (AURKA) e Aurora-quinase B (AURKB), bem conhecidas por auxiliar na proliferação das células tumorais. Ao tratá-las com um medicamento convencional contra leucemia (ruxolitinibe), os pesquisadores observaram que o tratamento reduz a expressão dessas proteínas.
“A próxima pergunta foi: qual de fato é a contribuição das Aurora-quinases para o crescimento do tumor?”, diz Machado-Neto. Ele explica que o fármaco disponível no mercado inibe a proteína JAK2, cuja mutação ativa as Aurora-quinases e contribui nesse tipo de leucemia. O grupo, então, optou por inibir diretamente as Aurora quinases utilizando a reversina. “As células responderam muito bem à reversina. Dependendo da dose, foi possível reduzir o tumor in vitro de forma significativa e levar as células tumorais à apoptose [morte]”. Isso ocorre porque a inibição das proteínas impede que as células se proliferem, entrando na chamada “catástrofe mitótica”.
Novas terapias – A leucemia é um câncer de difícil tratamento e com alta taxa de mortalidade. Embora tenha um bom prognóstico em crianças, é mais grave em indivíduos adultos: cerca de 60% a 80% dos pacientes morrem em 5 anos. Outro agravante, segundo o pesquisador, é que a única opção de cura para a maioria dos casos é o transplante de medula óssea, que funciona em metade dos pacientes. Pacientes com mais de 60 anos são raramente elegíveis para esse procedimento, o que dificulta o seu tratamento.
A melhor terapia disponível atualmente para a neoplasia mieloproliferativa é o ruxolitinibe – no entanto, cerca de metade dos pacientes apresenta resposta insatisfatória a esse fármaco. “A reversina talvez seja uma opção para os pacientes que não respondem ao tratamento convencional. No entanto, ainda é necessário testá-la em animais para verificar a sua toxicidade e garantir que ela seja segura para testes clínicos – processo que costuma demorar alguns anos. Pretendemos iniciar os testes em animais no próximo ano”, destaca Machado-Neto.
Outros inibidores de proteínas quinases, que já estão em testes clínicos, inibem somente a AURKA ou a AURKB – o diferencial da reversina é a capacidade de inibir ambas.
Respostas diferentes – Os pesquisadores utilizaram dois modelos de células para testar a reversina: um deles respondeu muito bem e, o outro, respondeu menos. Para este caso, foi necessária uma dose maior de reversina para obter os mesmos resultados do primeiro e conseguir inibir as proteínas quinases. Diante disso, em parceria com o Hospital Albert Einstein, o grupo também fez uma análise molecular utilizando um grande painel de genes relacionados a morte celular e identificou seis genes que podem influenciar na resposta à reversina. “A partir desses dados, queremos testar futuramente se a resposta ao fármaco pode mudar caso o paciente ou animal tenha a expressão aumentada desses genes”.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Um grupo de pesquisadores do ICB-USP desenvolveu uma tecnologia que promove o ganho de força e previne a atrofia muscular, muito comum em idosos ou pessoas com lesões no músculo. Testes em animais têm sido promissores.
16/09/2019
O bom funcionamento do tecido muscular esquelético é importante para prevenir quedas e fraturas ósseas, problemas frequentes em indivíduos idosos ou com debilidades nos músculos. Uma técnica desenvolvida pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), recentemente patenteada, pode ajudar a aumentar o tamanho e a força do músculo, além de prevenir a atrofia muscular. Coordenado pelo pesquisador Anselmo Moriscot, o grupo analisou um conjunto de microRNAs e identificou um tipo capaz de auxiliar no controle da massa muscular: o microRNA-29c.
MicroRNAs são pequenos RNAs que não codificam proteína, mas se ligam aos RNAs mensageiros e inibem a sua atividade. Utilizando ferramentas de bioinformática, os pesquisadores analisaram os genes que estavam sendo expressos no músculo em diferentes situações experimentais e a sua relação com os microRNAs. Após identificarem o microRNA-29c como um bom candidato no controle de massa muscular, realizaram testes em animais para verificar a sua atividade no músculo tibial anterior.
Para isso, o grupo criou um plasmídeo (molécula circular de DNA), no qual clonou a sequência desse microRNA. Em seguida, injetou essa solução no músculo e, após cerca de 20 minutos, realizou estímulos elétricos, com o intuito de hiperexpressar o microRNA-29c. “Em 30 dias, a técnica proporcionou 40% de aumento da massa muscular e 40% de ganho de força. Ainda não há previsão de testes clínicos [em pacientes], mas os resultados preliminares mostram que, além de expressar os genes envolvidos na hipertrofia, o microRNA-29c foi capaz de inibir aqueles responsáveis pela atrofia”, explica o professor Anselmo Moriscot.
A partir da descoberta, os pesquisadores clonaram nos plasmídeos diversas combinações, utilizando não só o microRNA-29c, mas também o A e o B, além de algumas mutações. A pesquisa, cujo primeiro autor foi o pós-doutorando William Silva, foi publicada na revista científica Acta Physiologica e teve apoio da FAPESP.
Aplicações – Segundo Moriscot, a intenção é que, a longo prazo, a tecnologia seja aplicada para a melhoria do estado trófico do músculo esquelético em indivíduos com debilidade muscular, decorrente de lesões nervosas periféricas, lesões ortopédicas, imobilização prolongada de membros, uso prolongado de corticoides, envelhecimento, entre outros fatores.
Para os próximos passos, o grupo de pesquisa pretende testar a eficiência dessa estratégia terapêutica em situações clínicas, como a caquexia, ainda utilizando modelos animais. Trata-se de uma síndrome que acomete pacientes oncológicos, que provoca uma súbita perda de peso, tanto de gordura como de massa muscular.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Especialistas do Instituto de Biologia e do Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército brasileiro se reuniram para conhecer a nova instalação.
16/09/2019
Na última quinta-feira (12/9), o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) foi palco de discussão de ciência, tecnologia, terrorismo alimentar e ações de defesa biológica durante o Simpósio Estratégico sobre Biodefesa Microbiológica, que celebrou a inauguração do Laboratório de Nível de Biossegurança 3 (NB3), do Departamento de Parasitologia. O evento contou com a presença de pesquisadores do instituto e membros do Exército brasileiro.
Durante a abertura, o diretor do ICB-USP, Luís Carlos de Souza Ferreira, ressaltou a importância da parceria entre a academia, o exército e o setor privado. Para ele, o cenário atual torna necessário que a universidade encontre novos meios de se comunicar com a sociedade. “As forças armadas representam uma alavanca de desenvolvimento tecnológico na sociedade. Podemos trabalhar juntos na missão de desenvolver a ciência e proporcionar uma melhor qualidade de vida a todos”.
Segundo o general Sinclair James Mayer, chefe do escritório do Sistema Defesa-Indústria-Academia (SISDIA), o Exército e o Instituto possuem áreas comuns de interesse, como biossegurança e doenças tropicais, e isso deve ser aproveitado para o desenvolvimento de projetos colaborativos.
Biodefesa – No evento, a capitã Jacqueline Salgado, do Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército brasileiro (IDQBRN), citou uma série de casos de contaminação intencional que já ocorreram no mundo e falou sobre o papel do IDQBRN nesse âmbito. “Nós temos um laboratório de defesa biológica e uma área destinada ao desenvolvimento de biossensores para identificar possíveis ameaças nos alimentos”, contou.
Já o major Marcos Dornellas, do Instituto de Biologia do Exército (IBEx), destacou a importância de um trabalho coletivo em defesa biológica. O IBEx possui um laboratório NB2, NB3 e laboratórios de biologia molecular e genética. Também conta um programa de mestrado de Biotecnologia em Defesa Biológica, recentemente aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Laboratório de ponta – No ICB-USP, a construção do laboratório NB3 foi inteiramente planejada e coordenada pelo professor Carsten Wrenger. O laboratório terá, a princípio, duas linhas de pesquisa: uma focada em malária, pelo grupo de Wrenger, e outra focada na bactéria intracelular Rickettsia rickettsii, pelo grupo da professora Andréa Cristina Fogaça. A malária é uma doença infecciosa febril aguda que acomete mais de 150 mil brasileiros por ano; já a bactéria Rickettsia rickettsii provoca febre maculosa brasileira, doença altamente letal.
No laboratório, serão manipulados microrganismos com nível de biossegurança 3, que possuem alto grau de patogenicidade, oferecendo risco à vida humana e ao meio ambiente. Ele é composto por quatro ambientes: Unidade de Artrópodes (vetores); Unidade de Experimentação em Vertebrados (hospedeiros); Unidade de Imagens, que conta com um microscópio de tecnologia de 4D da Zeiss; e a Unidade de Cultura de Células e Tecidos, onde serão realizados os experimentos científicos e de diagnóstico envolvendo amostras humanas. Segundo Wrenger, o grande diferencial do laboratório é a possibilidade de trabalhar simultaneamente com o vetor, o agente infeccioso e o hospedeiro mamífero de uma determinada doença infecciosa.
A instalação possui câmaras pressurizadas para garantir a contenção dos patógenos, além de câmeras de segurança, cujas imagens podem ser vistas em uma televisão por quem está dentro do laboratório e também por quem está fora, no corredor. Também possui um sistema de descontaminação de efluentes que é essencial para a preservação e a segurança do meio ambiente. Conta ainda com um moderno sistema de radiação UV para descontaminação do ambiente interno, que só pode ser ativado quando o local estiver vazio.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
O projeto reúne pesquisadores do mundo inteiro para estudar os mecanismos das células individualmente e propor métodos melhores de diagnóstico e tratamento de doenças.
11/09/2019
Analisar a eficácia de medicamentos, compreender os mecanismos de resistência das células, que levam às falhas de tratamentos, e desenvolver melhores métodos diagnósticos e terapêuticos são algumas das contribuições que o projeto global Human Cell Atlas (HCA) pode trazer à ciência e à sociedade. Com membros em 66 países, o HCA foi apresentado no workshop “Mapping the Human Body: Introducing the Human Cell Atlas to the Brazilian Scientific Community”, realizado ontem (10/9) no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
“Trata-se de uma iniciativa de importância mundial que abrirá novos horizontes para a ciência, e nós garantimos a participação da USP nesse projeto”, afirmou o professor Sylvio Canuto, pró-reitor de Pesquisa da USP, durante a abertura do evento. O workshop reuniu pesquisadores estrangeiros, membros do Human Cell Atlas, pesquisadores de diferentes unidades da USP e do A.C.Camargo Cancer Center.
A proposta do HCA é mapear individualmente todas as células dos diferentes tecidos e sistemas do corpo humano. Segundo Alex Shalek, pesquisador do MIT e integrante do projeto, a partir de técnicas de isolamento de células e sequenciamento de RNA de células únicas, é possível verificar a variabilidade de expressão dos genes de cada célula. “Até células aparentemente idênticas podem variar muito as suas respostas”, explica.
Essas técnicas já são conhecidas e aplicadas pela comunidade científica, mas o projeto visa criar uma rede global de pesquisadores engajados em unir os diferentes métodos e criar um banco de dados aberto, um atlas das células humanas. A intenção é classificar as células de acordo com os genes que elas expressam, características fisiológicas, funções e localização. De acordo com Lucio Freitas-Junior, pesquisador do ICB-USP e integrante do Comitê de Equidade do HCA, o caráter global do projeto é importante para cobrir toda a diversidade genética.
Na prática – Atualmente, um dos grandes desafios para a ciência é entender como algumas células desenvolvem resistência a tratamentos e os mecanismos envolvidos nesse processo. Por que alguns pacientes respondem bem a um determinado tratamento e outros não? Perguntas como essa são frequentes e podem estar mais próximas de uma resposta. “O HCA pode nos ajudar a entender esses mecanismos e desenvolver tratamentos personalizados para cada paciente”, destaca Lucio Freitas-Junior.
No cenário brasileiro, as doenças tropicais também têm sido alvo de dúvidas. Em uma das palestras do workshop, o pesquisador Helder Nakaya, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, falou sobre a necessidade de identificar novos marcadores para compreender doenças como Febre Amarela, Zika e Chikungunya. Segundo ele, o conhecimento individual das células pode ser importante para predizer, por exemplo, quais indivíduos correm risco de desenvolver problemas neurológicos após serem infectados pelo vírus da Chikungunya e para tentar prevenir essa consequência.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Em workshop no dia 10 de setembro, o ICB-USP receberá o Human Cell Atlas, que reúne cientistas do mundo inteiro para compreender individualmente todas as células humanas e, com isso, possibilitar tratamentos personalizados para diversas doenças.
09/09/2019
Na próxima terça-feira (10/9), o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) irá sediar o workshop “Mapping the Human Body: Introducing Human Cell Atlas to the Brazilian Scientific Community”, no qual será apresentado o projeto internacional Human Cell Atlas (HCA), composto por uma equipe multidisciplinar de biólogos, médicos, matemáticos e cientistas de dados e da computação de todo o mundo. O objetivo do HCA é estabelecer mapas de referência de todas as células humanas para melhorar o diagnóstico e tratamento de doenças.
O evento ocorrerá das 8h30 às 12h50, no Anfiteatro Luiz Rachid Trabulsi do ICB III, na Cidade Universitária. A abertura será realizada pelo Pró-Reitor de Pesquisa da USP, Prof. Sylvio Canuto. Em seguida, membros do Human Cell Atlas apresentarão o projeto, entre eles: Prof. Alex K. Shalek (Massachusetts Institute of Technology, Estados Unidos), Prof. Musa M. Mhlanga (University of Cape Town, África do Sul) e Dr. Jonah Cool (Chan Zuckerberg Science Initiative, Estados Unidos).
Após a apresentação, pesquisadores da Universidade de São Paulo e outras instituições farão uma análise sobre o cenário científico brasileiro e os benefícios que o projeto pode proporcionar, dentro de temas como: “Como o HCA pode contribuir para a pesquisa translacional em doenças tropicais” (Prof. Lucio Freitas-Junior, do ICB-USP); “Lições do surto de Febre Amarela no Brasil” (Prof. Esper Kallás, da FMUSP); e “Estudos do câncer: indo além da célula tumoral” (Prof. Emmanuel Dias Neto, do A.C.Camargo Cancer Center), entre outros.
Sobre o HCA – O Human Cell Atlas surgiu em 2016, após uma comunidade de cientistas se reunir para discutir como construir um Atlas de células humanas – um conjunto de mapas para descrever as bases celulares da saúde humana e doenças. O intuito é compreender individualmente cada célula dos diferentes tecidos do corpo e a variabilidade de genes que cada uma expressa de acordo com a sua localização. Tudo isso utilizando tecnologias modernas como sequenciamento de célula única e microscopia de alta resolução.
“O HCA é visto pela comunidade científica internacional como um dos projetos mais ambiciosos desde o projeto Genoma Humano, pois possibilita o desenvolvimento de tratamentos personalizados”, explica Lucio Freitas-Junior, pesquisador do ICB-USP e integrante do Comitê de Equidade do HCA, responsável por organizar o workshop. No caso do câncer, por exemplo, existem pacientes que apresentam células tumorais resistentes aos tratamentos convencionais. Ao compreender como isso acontece e quais são as células resistentes, é possível desenvolver estratégias terapêuticas individualizadas para cada paciente.
O Human Cell Atlas já possui integrantes de todos os continentes, exceto da América Latina – o que motivou Freitas-Junior a apresentar a iniciativa à comunidade científica brasileira.
Serviço
Workshop “Mapping the Human Body: Introducing Human Cell Atlas to the Brazilian Scientific Community”
Data: 10/09/2019
Horário: 8h30 às 12h50
Local: Anfiteatro Luiz Rachid Trabulsi – Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Av. Prof. Lineu Prestes, 2415, Cidade Universitária – Butantã)
O laboratório NB-3, que ficou cinco anos em construção, permite que os pesquisadores trabalhem simultaneamente com patógenos, vetores e hospedeiros vertebrados e desenvolvam experimentos de alta complexidade. A instalação será inaugurada durante o Simpósio Estratégico sobre Biodefesa, no dia 12 de setembro de 2019.
09/09/2019
No dia 12 de setembro (quinta-feira), das 14h às 17h, o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) irá promover um Simpósio Estratégico sobre Biodefesa, em parceria com o Exército brasileiro, para oficializar a inauguração do Laboratório de Biossegurança NB3 do Departamento de Parasitologia. A abertura do evento será realizada pelo diretor do instituto, Professor Luís Carlos de Souza Ferreira, e pelo General Sinclair James Mayer, chefe do escritório do Sistema Defesa-Indústria-Academia (SISDIA) e membro do Conselho Estratégico Consultivo do ICB-USP.
O simpósio contará com uma série de palestras de pesquisadores do ICB-USP e membros do Exército, com os seguintes temas: Laboratórios de alto nível de biossegurança na USP: vantagens e necessidades (Professor Carsten Wrenger); O papel do Instituto de Biologia do Exército Brasileiro na Biossegurança (Major Marcos Dornellas Ribeiro); Biossegurança aplicada à pesquisa acadêmica (Professor Edison Luiz Durigon); Terrorismo alimentar (Capitã Jacqueline Roberta Soares Salgado); e Sensores de superfície SAWs (Dr. Gustavo Riello).
Sobre o laboratório – Trata-se de um ambiente laboratorial destinado à manipulação de microrganismos com nível de biossegurança 3, que possuem alto grau de patogenicidade, oferecendo risco à vida humana e ao meio ambiente. O laboratório é composto por quatro ambientes: Unidade de Artrópodes (vetores); Unidade de Experimentação em Vertebrados (hospedeiros); Unidade de Imagens, que conta com um microscópio de tecnologia de 4D da Zeiss; e a Unidade de Cultura de Células e Tecidos, onde serão realizados os experimentos científicos e de diagnóstico envolvendo amostras humanas. Segundo o pesquisador Carsten Wrenger, do ICB-USP, o grande diferencial do laboratório é a possibilidade de trabalhar simultaneamente com o vetor, o agente infeccioso e o hospedeiro mamífero de uma determinada doença infecciosa. Tudo isso em uma única plataforma, conferindo condições de máxima segurança para desenvolvimento dos projetos.
A instalação possui câmaras pressurizadas para garantir a contenção dos patógenos, além de câmeras de segurança, cujas imagens podem ser vistas em uma televisão por quem está dentro do laboratório e também por quem está fora, no corredor. O novo laboratório também possui um sistema de descontaminação de efluentes que é essencial para a preservação e a segurança do meio ambiente. Conta ainda com um moderno sistema de radiação UV para descontaminação do ambiente interno, que só pode ser ativado quando o local estiver vazio.
Inicialmente, a instalação será destinada ao estudo da malária, pelo grupo de pesquisa do Professor Carsten Wrenger, responsável pelo planejamento e a coordenação da construção do laboratório; e ao estudo da bactéria intracelular obrigatória Rickettsia rickettsii, que é transmitida ao homem pela picada de carrapatos e causa uma doença altamente letal, a febre maculosa brasileira, pesquisa esta que será coordenada pelo grupo da Professora Andréa Cristina Fogaça. Além de carrapatos, o laboratório está preparado para desenvolver pesquisas envolvendo outros vetores, incluindo aqueles que são alados, tais como mosquitos, os quais, por sua vez, são responsáveis pela transmissão de agentes etiológicos de importantes doenças infecciosas como Dengue, Zika, Chikungunya, além da Malária.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Iniciativa de Lucio Freitas-Junior, o Social Lab é gratuito e visa combater o desperdício de materiais e facilitar seu acesso para laboratórios de todo o Brasil. Lançamento ocorreu no evento USP Ciência Aberta.
02/09/2019
Na última sexta-feira (30/8), durante o evento USP Ciência Aberta da Pró-Reitoria de Pesquisa, o pesquisador Lucio Freitas-Junior, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), oficializou o lançamento da plataforma virtual Social Lab. Totalmente gratuito, o site foi desenvolvido em parceria com dois alunos do curso de Ciências Moleculares da USP, Fernando Tocantins e Matheus Morroni, com a empresa júnior Poli Júnior, da Escola Politécnica da USP, e a empresa júnior Conpec da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). No site, serão cadastrados pesquisadores de todo o Brasil, que publicarão um inventário dos reagentes químicos e células que possuem em seus laboratórios para compartilhamento.
De acordo com Lucio Freitas-Junior, essa plataforma é inovadora a nível mundial por permitir esse tipo de compartilhamento. A ideia surgiu como uma maneira de tentar combater o desperdício de reagentes e promover o seu rápido acesso entre os cientistas brasileiros. “Muitas vezes, os pesquisadores não utilizam todo o reagente adquirido, e o restante fica armazenado até vencer”, explica. Uma vez vencidos, a universidade tem a responsabilidade de eliminar esses resíduos através de incineração – processo caro geralmente realizado por empresas especializadas. “Todos saem perdendo: a universidade, que precisa gastar dinheiro para eliminar os reagentes; o pesquisador que está com os reagentes vencidos em mãos e o pesquisador que não tem acesso ao material”.
Para incinerar os reagentes químicos, gasta-se em torno de 12 reais por quilo, além dos gastos com transporte de resíduos perigosos e infraestrutura. De acordo com dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por exemplo, a coleta de resíduos químicos aumentou de 5.000 kg em 2002 para cerca de 46.000 kg em 2011.
Nesse sentido, o Social Lab incentiva o cientista a doar os reagentes que não estiverem mais sendo utilizados, contribuindo para acelerar a pesquisa científica no país, uma vez que o acesso a esses materiais é muito restrito em determinadas regiões. A plataforma, no entanto, garante privacidade aos usuários: não é possível ver o inventário completo de alguém. “Basta apenas buscar no site o reagente desejado e os resultados mostram os pesquisadores mais próximos que têm o que você precisa”, esclarece Freitas-Junior. Mais do que os reagentes químicos, a plataforma também permite que o pesquisador crie um inventário de seu banco de células e que, da mesma forma, doe aquelas que não utiliza mais.
Segundo o responsável pelo projeto, a intenção é trabalhar em parceria com as universidades, permitindo que os pró-reitores de pesquisa tenham acesso aos inventários. “Estamos trabalhando para organizar os estoques das universidades em um só lugar virtual, para que elas tenham uma visão geral do que possuem e assim acelerar a colaboração entre as instituições do país”.
Interessados em participar da plataforma podem entrar em contato pelo e-mail compartilhesocialab@gmail.com.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Julio Cesar Batista Ferreira foi homenageado no XVIII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca pela descoberta da molécula SAMβA.
02/09/2019
O pesquisador Julio Cesar Batista Ferreira, docente do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), foi premiado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia durante a abertura do XVIII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca, no dia 8 de agosto, em Fortaleza, Ceará. A homenagem foi concedida devido ao seu trabalho envolvendo a molécula SAMβA, que abre caminho para o desenvolvimento de um fármaco mais eficaz contra a insuficiência cardíaca.
O estudo, coordenado por Julio Ferreira em cooperação com a Universidade de Stanford, foi publicado em janeiro deste ano na revista Nature Communications. A molécula, batizada de SAMβA (Selective Antagonist of Mitofusin 1 and Beta2-PKC Association), vem sendo pesquisada por ele desde 2009. Em testes realizados em animais, o tratamento com a molécula foi capaz de frear a progressão da insuficiência cardíaca e melhorar a capacidade das células do coração de se contrair.
A doença é caracterizada pela diminuição da capacidade do coração de bombear sangue para o restante do corpo, sendo considerada o último estágio das doenças cardiovasculares – principal causa de morte no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima de 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2015.
Os tratamentos atuais impedem a progressão da doença, mas não a fazem regredir – segundo o pesquisador Julio Ferreira, eles atuam em sua maioria na membrana da célula. Já a molécula SAMβA atua dentro da célula, diretamente na mitocôndria, impedindo a interação entre as proteínas Beta2PKC e Mfn1. O bloqueio dessa interação resulta em mitocôndrias maiores e mais saudáveis, contribuindo para o melhor funcionamento do coração.
Curso Prático de Diagnóstico Molecular para Malária completou sua segunda edição e é uma parceria entre o ICB, a Universidade Federal do Acre e o Exército brasileiro.
02/09/2019
Entre os dias 11 e 21 de agosto, alunos de pós-graduação do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) tiveram a oportunidade de estudar a malária de perto, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, durante a segunda edição do Curso Prático de Diagnóstico Molecular para Malária. Coordenado pelos professores Gerhard Wunderlich, Claudio Marinho e Carsten Wrenger, do ICB-USP, e Rodrigo Medeiros da Universidade Federal do Acre (UFAC), o curso é resultado de uma parceria entre as duas universidades e o Exército brasileiro.
No início da viagem, os estudantes atuaram no Laboratório de Doenças Infecciosas da Amazônia Ocidental, da UFAC, e também tiveram aulas teóricas sobre zoologia, paleontologia e sobre as populações indígenas, para compreenderem as características e particularidades da região. Em seguida, realizaram trabalho de campo: viajaram até regiões rurais e visitaram diversos pacientes, onde aprenderam as principais técnicas envolvidas no diagnóstico da malária e como a doença é tratada.
A etapa final foi a viagem de 12 horas pelos 160 km do rio Moa até o Parque Nacional da Serra do Divisor, na fronteira com o Peru, que contou com o apoio do Comando de Fronteira Juruá/61º Batalhão de Infantaria de Selva (C Fron Jur/61º BIS), do Exército brasileiro. A equipe de militares esteve presente durante todo o curso para orientar os professores e estudantes – apoio necessário por se tratar de uma área remota da floresta tropical inacessível por terra.
Metade das vagas é destinada aos alunos do ICB-USP e metade aos alunos da UFAC – este ano, o curso teve cerca de 20 participantes. Entre eles, alguns alunos estrangeiros, que são recebidos a partir de um convênio de dupla titulação de mestrado entre o Instituto e a Universidade de Münster, na Alemanha, pelo programa de intercâmbio “Integrated International Double Degree Programme” do Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD).
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
Entre 22 e 24 de agosto, o estande do instituto atendeu cerca de 5 mil jovens, que também marcaram presença na exposição do Museu de Anatomia Humana e no show da banda de rock do ICB.
27/08/2019
Discussões sobre a rotina do curso de Ciências Biomédicas e pesquisas científicas em evidência, exposição de peças anatômicas e experimentos marcaram a presença do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) na 13ª Feira USP e as Profissões, em São Paulo. Realizado entre 22 e 24 de agosto no Parque de Ciência e Tecnologia da USP (CienTec), o evento teve a participação de graduandos, pós-graduandos, docentes e funcionários, que apresentaram o curso aos alunos do ensino médio e solucionaram suas principais dúvidas.
O estande do instituto recebeu cerca de 5 mil pessoas e os monitores abordavam temas como parasitologia, genética e divulgação científica. Enquanto alguns alunos de pós-graduação ficavam atrás do balcão e demonstravam um experimento de extração de DNA do morango, outros permaneciam em frente ao estande respondendo perguntas sobre o curso. Alunos que criaram o programa “Cientistas na Rua”, que organiza eventos de divulgação científica em locais públicos da cidade, também estavam presentes.
“Primeiro, nós contamos sobre a grade curricular e depois explicamos a rotina de um biomédico e as possibilidades de emprego. A maioria dos visitantes está no segundo ou terceiro ano do ensino médio e tem muitas dúvidas sobre a área e um grande interesse em entender o que um cientista faz dentro do laboratório”, diz Cecília Magalhães, aluna de doutorado do ICB-USP.
As estudantes Aline e Yasmin, de 17 anos, têm interesse pela área de genética e ficaram curiosas para ver o DNA do morango. “É a primeira vez que vejo um experimento científico. Quero muito trabalhar em laboratório”, destaca Yasmin. Já Julia, 17, gosta da possibilidade de pesquisar tratamentos para doenças. “Eu sempre quis descobrir curas e ajudar as pessoas, e acho que o curso [de biomedicina] se encaixa muito nisso”.
Novo espaço – Pela primeira vez, o Instituto também trouxe para a feira um estande do Museu de Anatomia Humana Alfonso Bovero, com a exposição “Futebol: um bate-bola com a anatomia”. A mostra foi composta por peças anatômicas relacionadas às lesões mais comuns dos jogadores desse esporte. Ao final da visita, os jovens escreviam as suas opiniões em um mural. “Ficamos impressionados com o interesse dos alunos por anatomia e com a quantidade de mensagens positivas que foram deixadas”, conta Nilson Souza, funcionário do Museu.
No sábado, último dia do evento, o ICB-USP fez uma surpresa aos visitantes: a banda de rock formada por alunos, professores e funcionários do Instituto se apresentou no final da tarde e tocou covers de Pink Floyd, Amy Winehouse, Pitty, Ramones, entre outros.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação
O Prof. Dr. Marcio de Castro Silva Filho, Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação da USP, explicou que a intenção é utilizar um padrão semelhante ao europeu, diminuindo o tempo de Mestrado e otimizando o Doutorado e o Pós-Doutorado.
27/08/2019
Professores Luís Carlos de Souza Ferreira, Marcio de Castro Silva Filho e Maria Luiza Morais Barreto de Chaves.
Na última quarta-feira (21/8), o Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo, Prof. Dr. Marcio de Castro Silva Filho, realizou uma palestra no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) para apresentar as mudanças que a Pró-Reitoria propõe para o modelo de Pós-Graduação da universidade. A proposta consiste em seguir o padrão europeu e diminuir o tempo de mestrado, transformando-o em um “pré-doutorado”.
“O mestrado acadêmico duraria somente um ano, período no qual o aluno receberia bolsa, realizaria disciplinas e um projeto de pesquisa. No final do ano, o aluno passa por uma avaliação: se for aprovado, pode iniciar direto o doutorado; se não, recebe um certificado”, explica o professor Marcio de Castro.
O modelo atual – mestrado seguido de doutorado – existe no país desde 1965 e teve poucas mudanças desde a sua criação. Segundo o professor, houve uma grande expansão desse sistema no Brasil, que hoje conta com mais de 4 mil programas. “As regiões Norte, Nordeste e Centro são as que mais crescem. Mas esse modelo está ultrapassado. Apenas 2,3% dos alunos entram no doutorado menos de 24 meses após o início do mestrado. Isso faz com que o tempo de pós-graduação no Brasil seja muito maior do que em outros países”, esclarece.
Na Europa, o mestrado se tornou a etapa final da formação na graduação, enquanto nos Estados Unidos o curso tem uma forte característica de formação profissional, como uma especialização, desvinculando o mestrado do doutorado. Nesse sentido, a proposta da Pró-Reitoria de Pós-Graduação visa a otimização do doutorado e do pós-doutorado, que atualmente já recebem um apoio financeiro mais expressivo do que os programas de mestrado. As mudanças afetariam o mestrado acadêmico – o mestrado profissional seguiria o padrão de dois anos.
Outra justificativa para a mudança é que o número de doutores formados no país ainda não atingiu a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Pós-Graduação da CAPES. Segundo este documento, ao priorizar a titulação de doutores, estimula-se a produção científica de maior impacto. “A visibilidade da nossa ciência está crescendo; nós temos um impacto de 0,88, mas ainda podemos melhorar. Essas mudanças implicariam na forma de financiamento da CAPES, que teria um ano a menos para financiar o pesquisador, e em um maior apoio ao pós-doutorado”, afirma o Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação.
Aline Tavares | Acadêmica Agência de Comunicação