O intercâmbio é fruto de um convênio firmado entre o Instituto de Ciências Biomédicas da USP e a Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia. Novas vagas devem ser abertas no final deste ano.
01/10/2019
O Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) firmou um acordo com a Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia (UVA), dos Estados Unidos, em março deste ano, voltado para o intercâmbio de alunos da pós-graduação. Desde então, um grupo de estudantes do ICB-USP têm desenvolvido suas pesquisas nos laboratórios da instituição norte-americana.
No Brasil, o convênio está sendo coordenado pelo professor Thiago dos Santos Moreira, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB-USP. A primeira turma de intercambistas está nos Estados Unidos desde julho, e os resultados dessa parceria já começaram a aparecer. Segundo Moreira, o parecer do coordenador do convênio pela Universidade de Virginia, Zygmunt Derewenda, é de que os doutorandos brasileiros são alunos acima da média.
Um deles é Nayara Santos. Ela está trabalhando na área de Biologia Estrutural no Departamento de Fisiologia Molecular e Física Biológica, e sua pesquisa é sobre as proteínas humanas envolvidas no processo de restrição do vírus HIV. Para ela, o intercâmbio está sendo enriquecedor em todos os sentidos. “Tenho aprendido novas técnicas e métodos de trabalho, e já pude adquirir novos conhecimentos em termos de estudo de proteínas”.
Assim como Nayara, Flávio Mesquita também está realizando sua pesquisa na Universidade de Virgínia. “Meus orientadores possuem um grande nome na área e muito conhecimento, então cada reunião ou discussão científica acaba se tornando um enorme aprendizado. A universidade nos proporciona uma incrível infraestrutura, o que facilita muito nosso trabalho”.
Flávio participa de uma pesquisa na área de Microbiologia e tenta entender quais são os possíveis genes das células hospedeiras que facilitam com que o RNA mensageiro do vírus HIV seja exportado do núcleo para o citoplasma da célula nas suas diversas formas, resultando na expressão de várias proteínas do vírus pelo rearranjo do seu material genético. Ao entender como o HIV infecta uma célula, os estudos de Flávio irão agregar mais informações para ajudar na compreensão da doença e, potencialmente, novas formas de tratamento. “A ciência é feita de pequenas informações que, juntas uma das outras, ajudam a entender um processo fisiológico ou curar uma doença”, lembra Flávio.
A troca de conhecimento é, segundo o professor Moreira, o principal objetivo do convênio. “A expectativa é que eles possam implementar no ICB-USP tudo o que aprenderam lá, além de motivar outros alunos a participarem do intercâmbio. A UVA é uma universidade de peso, e o aprendizado que eles vão ter, de trabalharem em laboratórios renomados, só ajudará a fomentar as pesquisas no Brasil”. Outros dois alunos estão participando do intercâmbio na Universidade de Virgínia.
O próximo processo seletivo deve ocorrer no final do ano, quando uma nova turma passará por entrevistas em português e inglês com ambos os coordenadores do programa e, em seguida, entrevistas por Skype com o supervisor do laboratório que desejam trabalhar durante o intercâmbio.
Rhaisa Trombini | ICB-USP