Organizado por alunos de graduação, com participação de profissionais e pesquisadores da área, o evento apresentou a cultura celular 3D, uma inovação capaz de simular órgãos e tecidos de forma mais fidedigna. Gravação está disponível no YouTube.
A cultura celular 3D é uma inovação fundamental para estudos realizados com organismos vivos, sejam eles células, bactérias, animais, seres humanos etc. A tecnologia surge como uma alternativa ao modelo 2D, o mais comum atualmente. Ela permite mimetizar de forma mais fidedigna as interações celulares e, dessa forma, facilitar o trabalho de pesquisa.
“Com ela conseguimos um melhor entendimento da biologia do órgão ou tecido, sua fisiologia, desenvolvimento de doenças, bem como respostas terapêuticas — o que não ocorre nas células 2D, que não simulam o desenvolvimento natural das células, tecidos e o microambiente celular”, destacou Marielly Rocha, aluna de graduação do curso de Ciências Fundamentais para a Saúde (CFS) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), na abertura da 11ª edição do Simpósio de Inovações Biológicas e Biotecnológicas Aplicadas à Saúde (SIBBAS).
Com o tema “Biotecnologia 3D: Avanços e Aplicações em Ciências da Saúde”, o evento contou com palestras de diversos profissionais e pesquisadores especialistas na área. Organizado por alunos do CFS, o encontro ocorreu no dia 21 de novembro de forma híbrida (on-line no YouTube e presencial no Auditório Trabulsi, localizado no prédio do ICB III). A gravação está disponível no canal do YouTube do Instituto, em duas partes (manhã e tarde).
A apresentação de abertura foi realizada por Marielly juntamente com seu colega de curso, Pedro Soares, e pela coordenadora do CFS, a professora Marilene Hohmuth Lopes. “A primeira vez que tive contato com modelos 3D, por exemplo, foi em um estudo sobre câncer; a cultura celular 3D funciona muito bem nesses casos pois ajuda a compreender melhor o desenvolvimento da doença, como determinado fármaco pode retardar a progressão dela”, destacou a estudante.
Na abertura, também houve uma recapitulação do histórico do evento que acontece anualmente desde 2012 e já incluiu, em edições anteriores, temas como “Bioinformática e suas aplicações”, “Pandemias e Covid-19” e “Imunoterapias no combate ao câncer”.
Ao longo do evento, que se estendeu das 9h15 às 18 horas, foram realizadas palestras sobre os seguintes temas: “Introdução à Cultura Celular em 3D”; “Modelos tumorais em 3D”; “Cultura celular em 3D como alternativa ao uso de modelos animais”; e “Modelos 3D: novas tecnologias e inovação”.
A tarde encerrou-se com uma mesa-redonda que contou com a participação de Luciana Osaki, pós-doutoranda do Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do ICB-USP, e da aluna de doutorado Clara Maas, da pós-graduação em biotecnologia do Instituto. Na discussão, as pesquisadoras revisitaram os tópicos de cultura celular em 3D abordados durante o evento e responderam às dúvidas dos participantes.
Para Marielly, eventos como esse desempenham um papel importante na experiência universitária, pois promovem troca de experiências. “Como o evento foi híbrido, tivemos pessoas de diferentes regiões do país e diferentes idades. Isso gera um sentimento de comunidade e pertencimento muito bom dentro do meio acadêmico, o qual muitas vezes é conhecido principalmente pela competitividade”, conta.
Também foram responsáveis pela organização os alunos Marcos Caetano e Guilherme Pompeu. O XI SIBBAS contou com o patrocínio das empresas Merck, Sellex e Alesco.
Confira as fotos do evento no Flickr do ICB.
Por Felipe Parlato | ICB-USP
Editado por Gabriel Martino | Acadêmica Agência de Comunicação